sexta-feira, 21 de outubro de 2011

DIA DA CULTURA CUBANA

O dia 20 de Outubro ficou para sempre marcado desde 1868 quando em Cuba as tropas comandadas por Carlos Manuel de Céspedes tomaram a cidade de Bayamo na luta pela independência da coroa espanhola, sendo entoando pela 1.ª vez “La Bayamesa” que logo foi adoptado pelos combatentes e pela população como Hino Nacional.

Escrito pelo advogado Pedro Figueredo Cisneros (Perucho), as suas inspiradas estrofes guiaram o povo que se levantou para lutar pela liberdade e desde então é a marcha patriótica, símbolo da rebeldia, que tem acompanhado desde há mais de 140 anos todos os cubanos nas suas guerras, nos seus triunfos, nas suas alegrias ou tristezas e sempre nos momentos mais memoráveis.





Os seus primeiros versos dizem:


Ao combate correi, bayameses,
que a Pátria vos contempla orgulhosa
não temais uma morte gloriosa
que morrer pela Pátria é viver.
Em cadeias viver é viver
em afronta e opróbrio sumido,
do clarim escutai o som
às armas, valentes, correi,

Desta histórica data viria a escrever José Marti: “Para que o cantem todos os lábios e o guardem em todas as casas, para que corram as lágrimas dos que o ouvirem em combate pela primeira vez; para que se estimule o sangue das veias juvenis, o hino em cujos acordes, na hora mais bela e solene da nossa Pátria, se levantou o orgulho adormecido no peito dos homens”.

Foi assim que em 1980 o governo decretou que esta data passaria a ser comemorada anualmente como o “DIA DA CULTURA CUBANA”, realizando-se diversas actividades não só dentro do país, como também noutros locais onde existem representações diplomáticas.

Este ano em Portugal, pela primeira vez por iniciativa dos cubanos residentes no nosso país e contando com o apoio e patrocínio da Embaixada de Cuba em Lisboa, está marcada uma festa que se realizará amanhã, dia 22 de Outubro a partir das 12 horas na Costa da Caparica, com o mote “Orgulho de ser Cubano” onde se desenvolverá durante todo o dia para além do fraternal convívio, um vasto programa que inclui a gastronomia típica e actividades artísticas como música, dança e artes plásticas.

Celebrar em Portugal o DIA DA CULTURA CUBANA é também reafirmar o compromisso de defender a soberania de um povo e a forma de engrandecer a cultura e a história legada pelos antepassado
s que com o sangue derramado, escreveram tão belas páginas heróicas de patriotismo para que hoje fosse possível terem orgulho em serem cubanos.



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CRIME EM BARBADOS

Cumpriram-se na passada semana 35 anos sobre o atentado terrorista em Barbados contra um avião comercial da “Cubana de Aviación” que provocou a morte de 73 pessoas e até hoje, um dos mentores desse desprezível acto vive em liberdade nos EUA, nunca tendo sido julgado por este e outros crimes que cometeu.

Os autores materiais que trabalhavam para Luís Posada Carriles receberam em 1976 a quantia de 26 mil dólares para realizarem o atentado. Carriles era então agente da CIA e entre outros trabalhos sujos serviu vários anos como especialista do pentágono em países da América central, sendo ainda hoje reclamado pela justiça venezuelana por ter torturado prisioneiros políticos durante a sua permanência naquele território como assessor da contra-inteligência.

Enquanto Quatro Heróis Cubanos continuam presos na Florida e um em liberdade condicional por combaterem o terrorismo, Carriles apenas foi detido uma vez nos EUA por entrada ilegal no país durante o mandato de George W. Bush, tendo sido libertado de imediato pelo Tribunal porque o “activista anticastrista” não era considerado violento e muito menos terrorista, quando o último balanço efectuado sobre os danos humanos provocados por actos terroristas contra Cuba, perpetrados por indivíduos como este e por organizações apoiadas e financiadas pelos sucessivos governos dos EUA, cifra-se em 3.478 mortos e mais de 2.100 incapacitados.

Esta guerra subversiva a que Cuba está sujeita desde há mais de 50 anos sem qualquer trégua, já passou por 11 administrações norte-americanas e por outros tantos presidentes, sem que haja a coragem política de lhe pôr fim e cumprir as resoluções das Nações Unidas que anualmente têm sido aprovadas quase por unanimidade, estando agendada para o corrente mês de Outubro mais uma proposta sobre a “Necessidade de pôr fim ao Bloqueio Económico Comercial e Financeiro imposto pelos Estados Unidos sobre Cuba”.

Muitas têm sido as transformações operadas na Ilha, principalmente nos últimos meses com reformas estruturais que são fruto da participação activa de todo um povo que deseja uma sociedade mais moderna e evoluída, não abdicando dos seus princípios programáticos nem dos ideais da Revolução.

Como disse José Marti, “A liberdade custa muito caro e temos de nos resignar a viver sem ela ou de nos decidirmos a pagar o seu preço”.

Pelo que conheço, Cuba e os cubanos não se resignam e pagarão o preço que for necessário, até com a própria vida, para manterem a sua soberania e independência.

(Por Celino Cunha Vieira, in Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 14/10/2011)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

NOVA INJUSTIÇA

René González Sehwerert, um dos Cinco Heróis antiterroristas cubanos, sairá da prisão no próximo dia 7 de Outubro, depois de ter cumprido na totalidade a brutal e injusta condenação que lhe foi imposta.

No passado dia 16 de Setembro, a Juíza Joan Lenard, do Distrito Sul da Florida, rejeitou a Moção apresentada por René em 16 de Fevereiro de 2011 para que lhe fosse permitido regressar a Cuba e unir-se à sua família, sendo assim obrigado a permanecer nos Estados Unidos durante mais três anos no regime de liberdade condicional.

A decisão da Juíza não tem justificação nem qualquer sentido, já que René pode ter a sua vida em perigo e à mercê dos mercenários e organizações terroristas que ele denunciou por prepararem actos violentos contra Cuba.

Na contestação à Moção, a Juíza cita a sentença imposta a René no ano de 2001, que incluiu o absurdo requisito especial e adicional de o proibir, após a sua saída da prisão, de “se associar ou visitar lugares específicos onde se sabe que estão ou frequentam indivíduos ou grupos tidos como terroristas…”. Como é possível cumprir com esse requisito, se René é obrigado a residir precisamente no mesmo território que esses indivíduos protegidos pelo Governo dos Estados Unidos e que conspiram contra Cuba?

Ainda que seja impossível reparar a injustiça já consumada depois de tantos anos da indevida prisão, nesta altura, a única acção minimamente digna do Governo dos Estados Unidos seria a de autorizar o imediato regresso de René a Cuba, pondo também fim às sentenças contra Gerardo, Ramón, António e Fernando, permitindo o retorno definitivo de todos à sua Pátria.

A causa dos Cinco Heróis cubanos é conhecida em todo o mundo e o povo cubano agradece profundamente a todas aquelas pessoas e associações que têm reclamado o fim a tanta injustiça, aos chefes de Estado e de Governo, aos altos funcionários governamentais, assim como a reconhecidas personalidades que de forma pública ou privada têm pedido a libertação dos Cinco.

É preciso exigir com toda a energia que não se cometa mais uma injustiça e denunciar que se algo acontecer a René toda a responsabilidade será do Governo dos Estados Unidos, que prefere tomar o caminho de proteger os terroristas que vivem no seu território, em vez de libertar de vez aqueles cujo único crime foi o de defenderem o seu pais de actos violentos preparados desde Miami.

(Por Celino Cunha Vieira, in Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 04/10/2011)