quinta-feira, 20 de março de 2014


ESPOSA DE RAMÓN EM PORTUGAL

Aproveitando a passagem por Lisboa de Elizabeth Palmeiro, esposa de Ramón Labañino, um dos cinco heróis cubanos injustamente condenado e preso nos EUA desde Setembro de 1998 por ter cometido o “crime” de combater o terrorismo, tive a honra de a conhecer e de trocar algumas impressões sobre o processo judicial que não passou de uma fraude montada com fins políticos e que apenas serviu para sacrificar inocentes como forma de vingança contra um país livre e soberano.

Os ataques e acções terroristas contra Cuba desde 1959, ano do triunfo da Revolução, causaram a morte a mais de 3.000 cubanos e lesões graves a um número similar, assim como perdas materiais calculadas em cem mil milhões de dólares; e se não fosse a acção patriótica destes e de outros cubanos que se têm sacrificado para defenderem o seu país, as cifras seriam certamente muito maiores.

Sem ter os meios mais elementares para colocar as suas ideias por escrito, Ramón foi capaz de fazer uma formidável alegação durante o julgamento, passando de acusado a acusador, ao afirmar: “Nós, que temos dedicado as nossas vidas a lutar contra o terrorismo, a evitar que actos atrozes como estes ocorram; que temos tratado de salvar a vida de seres humanos inocentes não só em Cuba, como também nos Estados Unidos, estamos hoje nesta sala para sermos condenados precisamente por evitar estes actos. Esta condenação não pode ser mais irónica e injusta!”

E continuou: “Porque queremos que nada disto ocorra em Cuba ou em qualquer parte do mundo, tudo o que fizemos foi tentar salvar a vida de seres humanos inocentes, evitando o terrorismo e evitando uma estúpida guerra. Com a nossa detenção tudo o que se pretendeu foi silenciar a fonte de informação e de denúncia destes actos, ocultando a verdade, enquanto os verdadeiros criminosos continuam alegremente a percorrer as ruas lá fora, rindo-se desta sala. Não pode haver maior ofensa e mancha para estas autoridades, para esta bandeira que preside a este local e este escudo que representa o ideal da verdadeira justiça. Se por evitar a morte de seres humanos inocentes, se por defender os nossos dois países do terrorismo e evitar uma invasão inútil a Cuba é que me condenam, pois então bem-vinda seja essa condenação!”

De salientar que Ramón e os restantes companheiros foram aliciados a deporem contra Cuba com a promessa de benesses para si e suas famílias e ao recusarem a mentira, vieram a sofrer as consequências por parte de umas autoridades que envergonham a justiça norte-americana.

A esposa de Ramón e os restantes familiares de António e de Gerardo continuarão a sua abnegada luta pela libertação incondicional dos 3 heróis ainda presos, podendo contar com o apoio das mais prestigiadas entidades e organizações internacionais, para além do governo e de todo o povo cubano e dos milhões de amigos espalhados pelo mundo, que esperam a reposição da justiça por parte do Presidente Obama.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)





segunda-feira, 17 de março de 2014


MELHORES COMUNICAÇÕES

Ao contrário do que muitos têm vaticinado, principalmente aqueles que sempre estão contra qualquer medida que seja tomada pelo governo cubano, as linhas de orientação para o desenvolvimento da economia têm vindo a ser cumpridas passo a passo, não obstante as dificuldades que sempre existem quando se pretendem implementar reformas estruturais, modificando conceitos já ultrapassados por um mundo inevitavelmente globalizado. Revolução é fazer aquilo que tem de ser feito e nisto Cuba está no bom caminho para proporcionar a todos as oportunidades a que têm direito, sem nunca descurar as principais conquistas da Revolução nem esquecer os ensinamentos de José Marti.

Embora possamos considerar que o uso das comunicações móveis não seja um bem de primeira necessidade ou até em determinados casos que seja um bem supérfluo quando existem outras carências, o que é certo é que em Cuba os telemóveis de uso pessoal têm tido um forte incremento, com tendência para que este serviço se generalize à maioria da população.

Graças às novas tecnologias entretanto implantadas no país, foi possível diminuir substancialmente os tarifários que se praticavam, podendo prever-se que dentro de pouco tempo se possa atingir um número de utilizadores idêntico ao de outros países ditos desenvolvidos.

Ao nível das comunicações Cuba continuará a fazer um esforço para se modernizar, crescendo também dia a dia a utilização dos meios informáticos e de acesso à Internet, na medida em que um povo culto e informado nunca se deixará manipular por quem quer que seja.

É fácil criticar quando não se conhece a realidade ou quando por razões mentais se tenta denegrir um sistema que dura há mais de 50 anos com todas as dificuldades que lhe são impostas do exterior, dizendo-se que os cubanos não podem sair do seu país nem contactar com o mundo que o rodeia, quando isso não passa de mais uma falsidade que de tanto apregoada, até parece verdadeira para os mais distraídos.

Porque aquilo que não se diz – ou é omitido – é da dificuldade que os cubanos têm na obtenção de vistos junto das Embaixadas dos países para onde pretendem viajar, sem os quais não podem sair, em especial para os EUA cujo governo se comprometeu a conceder 20.000 vistos anuais e que dificilmente tem chegado aos 5.000, porque não está interessado em acolher gente séria e honesta, mas apenas aqueles que possam engrossar os grupelhos de Miami que actuam contra Cuba.

Em Portugal vivem e trabalham legalmente cerca de 1.200 cubanos perfeitamente integrados na nossa sociedade e que contribuem para o seu país da maneira que podem, ajudando com o seu esforço – mesmo que à distância – a que a Revolução progrida e cumpra os seus objectivos, sendo merecedores do nosso respeito e consideração por lutarem por um mundo melhor longe da Pátria e dos seus familiares.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)




quinta-feira, 6 de março de 2014


MÉDICOS CUBANOS EM PORTUGAL

Por absoluta necessidade de cobrir com serviços médicos determinadas zonas do país, que após concursos abertos para ocupar essas vagas não apareceram candidatos, o Ministério da Saúde de Portugal assinou um convénio com o seu homólogo cubano, vindo assim a partir de 2009 a integrar no SNS um grupo de médicos cubanos, todos reconhecidos pela respectiva Ordem, que prestam os seus serviços por períodos de 2 anos, renováveis, existindo no momento 39 especialistas em medicina familiar, distribuídos por 17 Municípios das regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

No início pensou-se que o problema da língua poderia constituir uma dificuldade de entendimento, mas rapidamente se constatou que isso não seria nenhum obstáculo, já que a adaptação se faz rapidamente e se estabelece uma excelente relação com doentes, colegas e restante pessoal técnico e administrativo.

Num périplo efectuado pela Embaixadora Johana Tablada de La Torre por todos os Municípios onde estão colocados estes médicos, esta foi testemunha do carinho e da consideração de que gozam estes profissionais por parte das populações que atendem, bem como do reconhecimento dos autarcas que consideram imprescindíveis os serviços que são prestados nos lugares mais recônditos dos seus Concelhos, onde isolados, são autênticos “João Semana” que fazem já parte da família e onde estão perfeitamente integrados na comunidade.

Os médicos cubanos prestam os seus serviços com uma carga horária de 52 horas semanais em 16 Centros de Saúde e em 24 Extensões, onde na maioria destas são os únicos clínicos que para além da assistência quase permanente, também efectuam consultas domiciliárias, fazendo o acompanhamento dos doentes tal como sucede em Cuba, prestando assim um cuidado que é reconhecido pelas populações, gratas pelo seu empenhamento e solidariedade.

De acordo com a Dra. Maria del Carmen Casanova, representante dos Serviços Médicos Cubanos, desde 2009 foram já consultados mais de um milhão e duzentos mil doentes e efectuadas cerca de dez mil pequenas cirurgias, para além do trabalho educativo quer individualmente, quer em sectores específicos das zonas em que estão inseridos, como escolas, centros de dia, etc.

Como se sabe o ensino da Medicina em Cuba é reconhecido internacionalmente, já que no início da Revolução existiam apenas 3.000 médicos em todo o país, com maior concentração nos centros urbanos e desde aí para cá já se graduaram mais de 100 mil, estando hoje a cumprir missões em 30 países de todo o mundo cerca de 20 mil, contribuindo com o seu valioso trabalho para ajudar a sustentar o sistema de saúde pública de Cuba.

Sabe-se que os governos de Portugal e de Cuba mantêm contactos para estender e talvez ampliar o acordo que existe, pois os resultados têm sido muito positivos e é esse o desejo das populações e das autoridades locais que estão extremamente agradecidas a estes embaixadores de bata branca.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)