quinta-feira, 30 de outubro de 2014


MAIS UMA ESMAGADORA VITÓRIA DE CUBA

Pelo 23.º ano consecutivo, a Assembleia-geral das Nações Unidas votou de novo uma resolução que condena o Bloqueio dos EUA a Cuba que já dura há mais de 50 anos e que prejudica seriamente o desenvolvimento de uma nação soberana e independente. Dos 193 países presentes, 188 votaram a favor da condenação e pelo fim do Bloqueio económico, comercial e financeiro. Por motivos óbvios votaram contra a resolução os EUA e Israel, abstendo-se como habitualmente, Palau, as Ilhas Marshall e a Micronésia.

Dir-se-ia que uma resolução votada quase por unanimidades no órgão máximo das Nações deveria ser respeitada, mas infelizmente não é isso que se passa por quem se julga estar acima de tudo e de todos. Está mais que provado que os objectivos deste tenebroso Bloqueio não foram nem nunca serão alcançados, mesmo utilizando em paralelo acções subversivas contra Cuba que consomem milhões de dólares saídos dos impostos pagos pelos cidadãos norte-americanos, intensificando-se as campanhas maliciosas de desacreditação cada vez que Cuba sobressai por motivos positivos aos olhos da opinião pública mundial.

Recentemente, um ex-elemento da segurança pessoal do Presidente Fidel Castro que foi viver para Miami, veio a Lisboa para apresentar um livro que escreveu e onde supostamente revela alguns aspectos sobre a vida pessoal do líder histórico da Revolução. Mas não é necessário ser-se muito inteligente para se chegar à conclusão de quem está por trás de tal figura e quem o financia para ir de país em país debitar inverdades que apresentadas de uma forma tendenciosa, até parecem ter alguma importância, quando não passam de meras banalidades dignas de uma revista cor-de-rosa. Segundo ele, o Comandante-em-Chefe tem hábitos sofisticados e dezenas de casas, iates, carros, helicópteros, etc., fazendo lembrar a célebre revista Forbes que em tempos o considerou das pessoas mais ricas do mundo, sem nunca ter apresentado qualquer prova de tal acusação. Não li o livro em questão, mas de algumas passagens do mesmo a que tive acesso, provam que a imaginação é fértil na construção de uma figura quem em nada corresponde àquela que foi e é Fidel Castro.

Os métodos de intoxicação da opinião pública são sobejamente conhecidos e à medida que o tempo passa têm cada vez menos aceitação porque já poucos se deixam enganar e quem quiser pode livremente ir ver com os seus próprios olhos a realidade cubana sem complexos ou reservas mentais.

Mesmo com o Bloqueio imposto pelos EUA, Cuba tem sabido inteligentemente ultrapassar os maiores obstáculos e hoje é um país credível a todos os níveis, como prova o investimento estrangeiro que tem vindo a aumentar e o record de visitantes oriundos de todo o mundo que este ano se vai verificar na Feira Internacional de Havana e que pela primeira vez também contará com um pavilhão português promovido pela AICEP e uma delegação oficial de empresários portugueses chefiada pelo Vice Primeiro-Ministro Paulo Portas e outros membros do governo.

Já lá vai o tempo em que Cuba estava isolada.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)






quinta-feira, 16 de outubro de 2014


AS SETE CIDADES MARAVILHOSAS

A mesma instituição que em 2007 organizou a eleição das 7 Novas Maravilhas do Mundo, a Fundação Suíça “New7Wonders” com sede em Zurique e presidida por Bernard Weber, que escolheu Portugal e a cidade de Lisboa para a proclamação, está agora a recolher a votação para as 7 Cidades mais Maravilhosas a nível mundial, depois de em 2011 ter também promovido a eleição das 7 Maravilhas da Natureza.

Em 2012 foram indigitadas mais de 1.200 cidades de aproximadamente 220 países e até Outubro de 2013 esse número ficou reduzido a 300. Posteriormente, através de nova votação, ficaram apenas 28 para se chegar às 14 finalistas de onde sairão as 7 vencedoras. Uma das finalistas é a cidade de Havana que está a competir com Barcelona (Espanha), Beirut (Líbano), Chicago (Estados Unidos), Doha (Qatar), Durban (África do Sul), Kuala Lumpur (Malásia), La Paz (Bolivia), Londres (Reino Unido), Ciudad de México (México), Perth (Austrália), Quito (Ecuador), Reykjavik (Islandia) e Vigan (Filipinas).

Todas são merecedoras desta distinção, mas perdoem-me se o coração e também a razão me fazem pender para a capital de Cuba, não só por o seu centro histórico ser considerado pela UNESCO Património da Humanidade, por possuir mais de 200 edifícios classificados de interesse público, ou pela extraordinária recuperação que tem sido realizada pelo Gabinete do Historiador, mas fundamentalmente pelas suas gentes, pelas suas ruas, praças e avenidas, pela sua baía e fortalezas, pelos seus palácios e museus, pelos seus parques e monumentos, pelas suas cores e pelo seu imenso mar que amiúde a invade num envolvente abraço que ninguém pode separar.

Havana é sem dúvida uma das cidades mais bonitas do mundo, com um passado que a honra, mas sobretudo com um futuro em que harmoniosamente se misturam culturas e estilos arquitectónicos que chamam a atenção pela sua diversidade e contraste entre o antigo e o moderno, entre o clássico e o contemporâneo.

Dos quase 3 milhões de turistas que anualmente passam por Cuba, raro é aquele que não visita Havana, nem que seja apenas por um dia. Brevemente serão reiniciados os Cruzeiros com partidas da cidade, para durante uma semana navegarem à volta da Ilha, tocando os portos de Holguin, Santiago de Cuba, Montego Bay, Cienfuegos, Ilha da Juventude e regresso a Havana, incrementando assim o número de visitantes à cidade e aos seus locais mais emblemáticos, palco de grandes escritores, músicos e artistas plásticos.

A votação para eleger as 7 Cidades mais Maravilhosas do Mundo prolonga-se até 7 de Dezembro, dia em que serão conhecidos os vencedores, estando ao alcance de um clique o vosso voto para que Havana seja uma das cidades escolhidas, podendo fazê-lo através da página www.new7wonders.com.

Eu já votei e espero a vossa colaboração. Cuba não está só e tem amigos por todo mundo, também em Portugal.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)


quinta-feira, 9 de outubro de 2014


VÍTIMAS DO TERRORISMO

Passaram já 38 anos desde a primeira e maior sabotagem ocorrida contra um avião civil no hemisfério ocidental, o qual vitimou 73 pessoas, entre elas os jovens cubanos da equipa nacional de esgrima que viajavam a bordo de um DC-8 da Cubana de Aviación e que momentos antes havia levantado voo de Barbados com destino a Havana.

Um dos mentores desse desprezível acto terrorista, Luís Posadas Carriles, era então agente da CIA e entre outros trabalhos sujos serviu vários anos como especialista do pentágono em países da América Latina, vivendo hoje em plena liberdade nos EUA, país este que mantém ainda presos António Guerrero, Gerardo Hernández e Ramón Labañino, acusando ainda Cuba de fomentar e apoiar o terrorismo, quando desde o triunfo da Revolução já morreram 3.478 cubanos, vítimas de actos violentos de sabotagem executados por grupos mafiosos sediados em Miami, financiados e treinados por organismos governamentais dos EUA.

Não fosse o abnegado e heróico trabalho dos cidadãos cubanos que corajosamente se têm infiltrado nas organizações terroristas, evitando que este e outros tipos de actos violentos provocassem mais vítimas inocentes, o número de mortos e de deficientes físicos seria certamente muito maior.

Esta guerra subversiva a que Cuba está sujeita desde há mais de 50 anos sem qualquer trégua, já passou por 11 administrações norte-americanas e por outros tantos presidentes, sem que haja a coragem política de lhe pôr fim e cumprir as resoluções das Nações Unidas que anualmente têm sido aprovadas quase por unanimidade, condenando o criminoso bloqueio económico, comercial e financeiro imposto unilateralmente pelos EUA a Cuba.

Por tudo isto, é necessário que todas as pessoas dignas e amantes da justiça e da liberdade juntem as suas vozes à do povo cubano, rompendo por todas as vias o muro de silêncio que tem ocultado estas atrocidades, principalmente da opinião pública norte-americana, que com os seus impostos está a patrocinar os facínoras que matam sem piedade inocentes, sejam eles velhos, jovens ou crianças, com o único objectivo de conquistar um poder que não lhes pertence, a que não têm direito e a que o povo cubano rejeita na sua esmagadora maioria.

Como escreveu José Marti, “Quem esconde por medo a sua opinião, que como um criminoso a oculta no fundo do peito e que com a sua ocultação favorece os tiranos, é tão cobarde como aquele que no meio da batalha volta as costas e abandona a lança ao inimigo”.

Cuba declarou o 6 de Outubro como Dia das Vítimas do Terrorismo de Estado e anualmente é prestada uma justa homenagem a todos aqueles que sofreram as consequências dos assassinos contratados e bem pagos para tentarem desestabilizar a ordem pública cubana. O povo, na sua imensa sabedoria sabe onde está a razão e chora por todos aqueles que foram sacrificados como resultado de uma política genocida por parte dos sucessivos governos norte-americanos.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)



quinta-feira, 2 de outubro de 2014


A VERDADE É COMO O AZEITE

Eu, que tantas vezes tenho criticado alguma comunicação social, não posso deixar de louvar desta vez o New York Times que após ter acesso a documentos agora desclassificados, revela que em 1976 o Secretário de Estado Henry Kissinger, figura tão conhecida dos portugueses, congeminava planos para lançar ataques aéreos contra Cuba visando portos e instalações militares, incluindo ainda o envio de batalhões de infantaria a partir da Base Naval de Guantanámo, território cubano ilegalmente ocupado pelos EUA desde 1902.

Esta invasão só não avançou porque entretanto as eleições foram ganhas pelo democrata Jimmy Cárter e porque a política externa norte-americana acabou por sofrer algumas alterações, abrandando as sanções impostas a Cuba e iniciando-se um diálogo construtivo que acabou por dar alguns frutos naquela época.

Mas, presidente vai, presidente vem, o bloqueio económico, financeiro e comercial imposto pelos EUA a Cuba continua, mesmo que criticado quase por unanimidade pela assembleia-geral das Nações Unidas e pelas mais variadas organizações internacionais que o consideram desadequado e criminoso. Hoje, até o próprio Kissinger que tanto mal queria a Cuba, é uma das figuras norte-americanas que apelam ao seu fim.

Este bloqueio, para além dos prejuízos directos e indirectos que provoca a Cuba, é uma das causas que obriga muitos cubanos a emigrar em busca de melhores condições de vida, já que dificulta o desenvolvimento do país em toda a sua plenitude. Estas verdades foram esplanadas por Eduardo Bennett, Presidente da Coordenadora de Organizações de Cubanos Residentes em Portugal, ao intervir no Encontro de Cubanos realizado no passado fim-de-semana na Figueira da Foz, onde estiveram presentes para além de muitos compatriotas e amigos, a Embaixadora de Cuba e o Presidente da Câmara Municipal daquela cidade.

Neste Encontro e como sempre, foram lembrados os heróis cubanos António, Gerardo e Ramón que continuam presos pelo delito de combaterem o terrorismo, apelando-se ao presidente Obama, prémio Nobel da Paz, para que tenha um gesto humanitário e os liberte rapidamente.

E como em 28 de Setembro se comemorava o aniversário dos CDR (Comités de Defesa da Revolução) criados em 1960 como resposta massiva do povo cubano aos ataques do governo dos EUA, também eles foram referidos como símbolo de resistência e de pilar fundamental na defesa da independência e da soberania nacional.

O espírito solidário que está na génese dos CDR, conferem-lhes a indispensável utilidade na organização das mais variadas actividades para o bem comum das populações, da sua segurança e da sua integridade, contribuindo para o reforço da democracia como base da estrutura política do país.

E como afirmou Fidel, “parece-me justo dizer que a história da nossa gloriosa Revolução não se poderia escrever sem a história dos Comités de Defesa da Revolução”

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)