quinta-feira, 30 de junho de 2016


NOVAS OPORTUNIDADES EM CUBA

Depois da recente visita do Presidente Obama a Cuba, há muita gente que pensa que o criminoso bloqueio económico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos EUA há mais de 50 anos já terminou, mas isso não corresponde à verdade e pelo “andar da carruagem” ele – Obama – acabará o seu mandato presidencial sem que isso aconteça.

Hoje, passado algum tempo sobre a mediática visita, constata-se que de pouco mais valeu para além de uma bem montada operação de charme, exigindo-se muito mais do que meras intenções que tardam em se concretizar, como por exemplo a do encerramento da base norte-americana de Guantánamo e a entrega desse território cubano aos seus legítimos proprietários, para além de muitas outras de índole comercial e financeiro.

Dir-se-á que alguns passos importantes já foram dados, mas são insuficientes e com pouco ou nenhum impacto no dia-a-dia da população que anseia por novas oportunidades para um rápido desenvolvimento da sociedade cubana, já que as restrições à importação de determinados bens essenciais continuam a prejudicar quem mais deles necessita, nomeadamente alguns medicamentos exclusivos que podem salvar vidas ou minorar o sofrimento de doentes com patologias complicadas.

O interesse crescente de investimento estrangeiro e o estabelecimento de acordos bilaterais com inúmeros países de todo o mundo tem vindo a intensificar-se com a visita de altos dignitários a Cuba, onde Portugal não poderia deixar de estar presente, dando o actual governo continuidade ao trabalho efectuado anteriormente, tendo o Ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva efectuado esta semana uma visita oficial, participando em várias reuniões e assinando diversos protocolos de benefício para os dois países, considerando que Portugal tem interesse estratégico na relação com Cuba. O Ministro Santos Silva recebeu também e agradeceu o encorajamento e apoio de Cuba à candidatura de António Guterres a Secretário-geral das Nações Unidas.

Desde há décadas que alguns empresários portugueses mantêm um comércio regular com a Ilha, mas nos últimos tempos assiste-se a um novo despertar na procura de oportunidades quer para o mercado interno, quer como plataforma para a exportação direccionada para o vasto leque dos países da América Latina e do Caribe, podendo as empresas portuguesas beneficiar dos fundos comunitários que se encontram disponíveis para a sua internacionalização.

Recorde-se que Portugal mantém relações diplomáticas com Cuba desde os anos iniciais do século XIX e que o nosso Eça de Queirós representou o país como Cônsul em Havana, onde desenvolveu actividades na defesa dos direitos humanos e das minorias subjugadas pelo poder ainda reinante da coroa espanhola, numa época em que já se lutava pela independência e pela abolição da escravatura em Cuba.


(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)



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